domingo, 9 de maio de 2010

Como você enxerga a tentativa de reforma na igreja católica apostólica romana, e o estopim do protestantismo. E a chamada contra-reforma católica?

No século XX, um padre disse que amava sua igreja, mesmo sabendo que ela não era católica (universal), nem apostólica (conforme os ensinos dos apóstolos), nem romana (mas romanista). Andei lendo Lutero: _Carta Aberta sobre a Tradução das Escrituras_, _Tratado sobre a Liberdade Cristã_, as _Noventa e Cinco Teses de Vitemburgo_, os _Artigos de Esmalcalda_. Apesar dum certo amargor, compreensível pelos rigores da época, surpreende ver como ele amava a igreja mesmo em sua institucionalização romanista, só desistindo quando ficava claro que ela se preocupava com suas estruturas de poder e não com Deus, o povo ou o evangelho.

O fato é que, em maior ou menor grau, várias igrejas — a inglesa, a escocesa, várias alemãs e francesas, as escandinavas, as checas, até, durante algum tempo, a húngara, a vienense, a russa e a polonesa, e mesmo algumas portuguesas — foram reformadas, e infelizmente as igrejas romanistas e orientais não quiseram a reforma e perseguiram os reformadores, tornando-se, assim, cismáticas.

A contra-reforma talvez tenha sido um caso de ‘muito pouco, tarde demais'. Implementou reformas importantes, mas não as essenciais; foi, no fundo, 'façamos a revolução antes que o povo a faça'. E, infelizmente, cada dia Roma vai mais longe em seus cismas, corrupções e heresias. Praticamente toda igreja está sujeita a cismas, corrupções e heresias: o problema é que o romanismo as institucionalizou, ao rejeitar as reformas essenciais.

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