segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Conferência PostgreSQL Brasil 2007

Dois dias de conferência. Meſmo ſem ter participado da organização, fotografei (166 poses), ajudei a atender peßoas, fiquei até às 21h, traduzi… além de minha paleſtra.

Fazia tempo que não via tanta gente inteligente junta, e parece que minha paleſtra não foi um fiaſco completo. Eſpero que tenha ajudado.

Mais tarde publico algumas fotos — a maior parte ſe perdeu porque não sabia regular a ſenſibilidade do sensor, e lidei com um palco sombrio e a projeção das tranſparências ao fundo. Só no final deſcobri como ajuſtar o ASA para [48]00 e ſer feliz.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

PostgreSQL Conference Brasil 2007

Vou falar no PGCon 2007, patrocinado e organizado pela comunidade PoſtgreSQL brasileira e pela Tempo Real, sobre Adminiſtração e Modelagem de Dados em PoſtgreSQL.

Inſcrevam-ſe e acompanhem aqui, pretendo publicar o conteúdo da palestra antes do evento para que todos a aproveitem melhor e quem ſabe naſça algum debate intereßante.

sábado, 27 de outubro de 2007

E o MS Windows afundou o Onda…

Hiſtória antiga:

Em 1 999–2 000 morei em Londrina, PR. O provedor mais popular lá era o Onda, na época ligado à Telepar e hoje à RPC.

Acabara de comprar meu ſaudoſo Apple Power Macintoſh G3 bege de meſa, com um (caríßimo, na época) modem Diamond. Funcionava que era uma beleza: conexões inſtantâneas, duráveis, eſtáveis, próximas do limite teórico da banda.

Pouco tempo antes de me mudar, tudo mudou. De um dia para outro, preciſava duas a quatro tentativas para obter uma conexão de menos da metade da banda com que eſtava acoſtumado, e que durava de cinco a quinze minutos antes de cair. Ligava para o Onda, e nada de ſolução. Fui tranſferido de volta para São Paulo, e deſencanei.

Na época me familiarizava ainda com a plataforma Macintoſh (incluſive o não tão ſaudoſo Mac OS 9), e portanto participava de liſtas de diſcußão eſpecíficas — a mais importante ſendo a ſaudoſa MacBBS. E como ſói acontecer, ſempre há quem chegue neßas liſtas para falar mal da plataforma e dos produtos. Geralmente fãs de carteirinha da MicroSoft, que, como a empreſa, têm dificuldade em aceitar tanto a diverſidade tecnológica quanto os padrões abertos e ſua própria inferioridade tecnológica; ou defenſores dalguma diſtribuição GNU/Linux ou BSD, dalguma verſão de Mac…

Enfim, apareceu um ignaro na MacBBS (ſe não me falha a memória) dizendo que Mac OS não preſtava (o que talvez foße verdade na verſão 9), que bom meſmo era MS Ƿindoƿs… quando vieram as críticas óbvias de inſegurança, eſtabilidade &c ele ‘argumentou' que elas ſe aplicavam ſomente ao NT, que de fato era ruim, mas que o 2000 era muito melhor, não tinha nenhum problema. Tentamos moſtrar‐lhe que era mera ignorância ſua de plataformas melhores; que ele achava o 2000 bom por não conhecer ſiſtemas POSIX ou de grande porte.

O peixe morre pela boca… ſem argumentos, noßo amigo quis dar exemplos. E diße que tinha um cliente no Paraná, um provedor de aceßo, que uſava Sun Solaris mas, devido ao alto cuſto de ſyſadmins e equipamento, migrara tudo para MS Ƿindoƿs 2000. ¡Bingo! Foi ſó perguntar quando ißo ocorrera, e confirmar que tratava‐ſe do Onda.

Deſneceßário dizer que todos meus conhecidos, contraparentes e amigos migraram do Onda para o outro grande provedor de Londrina, o Sercomtel. O barato ſaiu caro para o Onda.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Trens impoßíveis

A ſituação de tranſporte público em São Paulo eſtá vergonhoſa. Ainda prefiro o PSDB às alternativas, ainda mais ſabendo que o funcionaliſmo público é lento e a ſituação já melhorou muito em relação aos tempos em que os trens eram federais. Mas a linha Jurubatuba—Oſaſco eſtá ſuperlotada, tendo ganho a integração Jurubatuba–Autódromo sem ganhar mais vagões. Os trens têm quebrado e atraſado, e o reſultado ſão brigas entre os paßageiros para entrar e ſair dos vagões, gente paßando mal, e eſtes circulando de portas abertas.

Não adianta limitar as catracas de entrada ſe os trens atraſam; fizeram ißo hoje em Jurubatuba e piorou, porque um trem ſaiu relativamente vazio enquanto a fila eſtava grande, e o ſeguinte, atraſado, ſuperlotou.

Pura incompetência eſtatal. ¡Acorda, Serra! Nem que tenham de deſlocar vagões de outras linhas, colocar compoſições velhas de volta em circulação ou fazer licitações emergenciais. Não dá para eſperar a programação atual da CPTM, ¡que prevê melhorias apenas para 2009!

Aquecimento global… ¡ſe o pauliſtano é praticamente obrigado a andar de carro! Quem ſabe ¿os EUA poderiam ſe redimir da rejeição ao protocolo de Kyoto financiando noßo metrô? Se bem que a prioridade deve ſer a energia de carvão chinês…

Só ſaindo de São Paulo dos Campos de Piratininga.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Códigos de língua e território para o galego

Exiſte muita confuſão e deſinformação ſobre a codificação das variantes do galego na Informática. A única regra reconhecida é gl para língua e gl_ES para a variante oficial da Espanha; e há quem proponha pt_GL, gl_GZ ou pt_GZ para a variante portuguesa.

O problema é que a segunda parte do código de dialeto não designa a variante em si, mas o território onde é falada; e não existem os territórios GL ou GZ. Exiſte, sim, gl_ES e gl_PT; mas meſmo ißo é controverſo, viſto que galego e português ſão dois dialetos da meſma língua, em pé de igualdade com o português do Braſil. Talvez a ſolução mais correta foße pt_ES para o galego como eſcrito na Galícia eſpanhola, mas ißo deixaria o galego como eſcrito em Portugal ſem um código fácil, exigindo algo como pt_PT@gl.

Ißo torna o galaico‐português uma língua sui generis, com quatro codificações para três principais dialetos diferentes: gl_ES, gl_PT, pt_BR, pt_PT.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Blog do (para) o Felipe

A Débora criou um blog para o Felipe — obviamente não é o blog dele, mas para ele.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Contra a Reforma Ortográfica, Letra Natimorta

Faço questão de ignorar essa nova reforma ortográfica. Foi um fracasso desde o começo, buscando uma unificação irracional — porque a ortografia portuguesa é fonética, e os dialetos divergem — e indesejada. Os burocratas de plantão nos colocaram numa situação onde o país mais importante, Portugal, não aderiu. E vai tornar o português do Brasil mais inconsistente.

Adotaria de bom grado um acento diferencial para o passado, como se faz em Portugual (andámos, falámos), e perder alguns hífens — mas o resto das mudanças é bem inútil. Talvez o agudo de idéia, aßembléia pudesse cair; o resto deve permanecer.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Trabalhos de uma Abelha

Megumi‐chan eſtá finalmente no cibereſpaço com ſuas artes!

terça-feira, 31 de julho de 2007

Canſei de ſer braſileiro — e enganado

Me parece que falta foco — mas quem ſabe vale a pena manifeſtar alguma indignação. Pelo menos é melhor que aquelas inócuas ‘manifeſtações pela paz’, que nem dão condições à polícia trabalhar, nem evitam que os cidadãos ſejam coniventes, nem convertem os bandidos. Vaias valem!

O ideal ſeria eßa indignação levar à renúncia do chefe da quadrilhaPreſidente da República.

Só o que me ſegura aqui, além do medo de ſair, é a igreja.

Sou contra a CPMF

Vamos acabar com a CPMF. O governo tem de diminuir gastos, não continuar com impostos temporários.

Em precisando de impostos, têm de ser convenientes. A CPMF é extremamente inconveniente, fazendo com que precisemos de mais contas bancárias e freqüentemente de evitar serviços bancários. Ao fazer com que evitemos os bancos, aumenta os custos das transações bancárias e, portanto, os custos que compõem a tarifa. Também contribui para as tarifas altas ao diminuir a competição entre bancos.

Para ser justo, não foi invenção do PT nem o Lula foi o primeiro a prorrogar. Entretanto, o Lula está pagando dívidas do governo e pendurando amigos no imenso cabide que é Brasília — quel tal nos dar um alívio?

terça-feira, 3 de julho de 2007

Quaſe‐convertidos

Lendo uma crônica recente do João Ubaldo Ribeiro no Estadão, lembrei como tantos intelectuais, ao amadurecerem, chegam a parecer quaſe convertidos… por exemplo o Paulo Francis.

E não é ſó conſervadoriſmo, parece meſmo que ficam mais ſábios, mais realiſtas, preocupando‐ſe com queſtões mais fundamentais.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Administração de dados à la Unix

Originalmente publicada em pgbr-geral@postgresql.org., tranſcrita com adaptações.

Eſta é uma idéia bem incipiente, goſtaria de diſcuti-la aqui. Alguns podem achar que é fora do tópico; neße caſo, aceito ſugeſtões de onde debatê-la.

Andei inveſtigando ferramentas de modelagem, e acabei ficando fruſtrado. Pelo que olhei e até teſtei, as ferramentas ‘profißionais’ eſtão por volta de US$4K, chegando facilmente a US$8K ſe a gente quiſer ‘luxos’ (¡não!) como verſionamento. As ferramentas livres são inexiſtentes, incompletas e (ou) imaturas; eſcolha pelo menos dois deßes adjetivos. Além de falta de ſuporte a ſiſtemas livres e vai por aí afora.

Mas agora o que tem me irritado é o próprio fluxo de trabalho deßas ferramentas. Não são nada práticas, forçando tudo a paßar por diagramas. Eu preferiria fazer tudo em texto, e ter diagramas como ſaídas do proceßo, não entradas. E tive a idéia maluca de eſcrever uma propoſta a reſpeito, mas queria ſaber ſe alguém já viu algo aßim, ou ſe é abſurdo.

Hoje, numa ferramenta de modelagem de dados, o proceßo começa com a definição de um dicionário de dados. Uſando eße dicionário de dados, cria-ſe um DER. Eße diagrama é então traduzido para o ſabor SQL do SGBD relevante.

O problema óbvio é que diagramas são menos expreßivos e mais chatos de fazer que um programa SQL ou (idealmente) relacional. Então por que não eſcrever ISO SQL, Tutorial D ou meſmo D4 (deſculpem os idealiſtas, também ſou idealiſta mas…)?

Não ſeria fácil, mas creio que ſeria poßível, com planejamento e paciência, criar um ſiſtema muito mais produtivo e flexível uſando a filoſofia Unix: cada tarefa deve ſer bem feita por um componente. As interfaces são bem definidas, e cada ferramenta pode ſer ſubſtituída ou melhorada independentemente.

No caſo, começar‐ſe‐ia com uma gramática (por exemplo) Tutorial D ou D4. Talvez uſar um derivado de Scheme ou ML para obter mais concisão e poder programático, creio que já fizeram um SchemeQL ou coiſa aßim. Mas talvez um ſubconjunto do ISO SQL:2003, deixando de lado tudo o que for físico como ponteiros, índices &c; embora eu não creia que o SQL seja ſuficientemente expreßivo de todas as ſituações com que um SGBD deva lidar — eſpecificamente, todos os tipos de reſtrições de integridade.

Neßa linguagem, definiríamos domínios, entidades, regras de negócio &c, tudo o que tem a ver com o modelo lógico (conceitual). O básico é ter a linguagem definida; a partir daí criam-ſe validadores e compiladores. O reſultado dos compiladores ſeria um programeta de definição de dados para o(s) SGBD(s) alvo de eſcolha, por exemplo noßo caro Dumbo.

Deßa meſma definição, uſaríamos um AutoDoc ou SQL Fairy (cuidado, a página inicial dele cega!) para gerarmos todos os diagramas que quiséßemos: DER, IDEF1X &c para benefício dos uſuários. Até aí é trabalho do Adminiſtrador (ou Arquiteto) de Dados. A partir da linguagem, podemos criar todo tipo de auxílios, como IDEs (um modo Emacs, por exemplo).

Até aí foi conceitualmente tranqüilo. O que me preocupa, além da poßibilidade deßa idéia ſer muito pior do que me parece, é o ſegundo paßo: findo o trabalho do AD, começa o do Adminiſtrador de Baſes de Dados, o ſempre popular ABD (ou DBA, para os anglófilos). Ele teria de pegar eßa definição da Baſe de Dados (BD) e acreſcentar tudo o que é físico: índices, parâmetros de armazenamento &c. Não me parece eſpecialmente difícil; ele poderia fazê-lo ſeja numa extensão da noßa linguagem conceitual, ſeja na linguagem do ſiſtema alvo. Ou meſmo através de remendos a aplicar ao modelo conceitual, como ſe faz em programação tradicional meſmo.

Tenho certeza de que há muitos percalços nos quais não penſei, mas queria ſaber de vocês o que acham.

Para concluir, creio que um ſiſtema aßim poderia ſer o começo de coiſas muito melhores. Por exemplo, o único quaſe‐SGBDR hoje em produção é o Alphora Dataphor, que tem algo ſemelhante não para modelagem de dados mas para o ſiſtema como um todo: a gente eſcreve D4 (que é uma D válida) e os comandos são executados num SGBD SQL (infelizmente ainda não ſuporta o Jumbo). É um ſiſtema proprietário e complexo, e ainda por cima em MS .Net, mas é uma boa idéia. Não conſigo imaginar hoje um projeto dum clone ou equivalente livre dele, mas eße noßo ſiſtema eventualmente poderia ſer um primeiro paßo.

Deu para entender?

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Desenhos do Felipe

Estou em modo paternal — aqui vão algumas fotos de família.

Família

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Procurando um DBA

Procuro um DBA para meu atual empregador. Tem de saber ou MySQL ou PostgreSQL, de preferência ao menos um pouco dos dois. Ficamos na Av Engº Luís Carlos Berrini, zona sul de São Paulo, SP, perto da Av Águas Espraiadas.

Alguém se candidata?

terça-feira, 20 de março de 2007

Críticas aos EUA

Outra do amigo Bachega:

American Jesus

Bad Religion

I don’t need to be a global citizen
’Cuz I’m blessed by nationality
I’m a member of a growing populace
We enforced our popularity
There are things thet seem to pull us under and
And there are things that drag us down
But there’s a power and vital presence
That’s looking all around
We’ve got the American Jesus (2×)
See him on the Interstate

I feel sorry for the Earth’s population
’Cuz so few live in the USA
At least the foreigners can copy our morality
They can visit but they cannot stay
Only precious few can garner the prosperity
And it makes us walk with confidence
We’ve got a place to go when we die
And the architect resides right here
We’ve got the American Jesus
Bolstering national plan
We’ve got the American Jesus
Overwhelming millions everyday

He’s the farmer barren fields
The force the army wields
The expressions in the faces
Of the starving millions
The power of the man
The fuel that drives the clan
The motive and the conscience
Of the murderer
He’s the preacher on TV
The false sincerity
The form letter that written by
The big computers
He’s the nuclear bombs
And the kids with no moms
And I’m fearful that
He’s inside me

We’ve got the American Jesus
See him on the interstate
We’ve got the American Jesus
Exercising his authority
We’ve got the American Jesus
See him on the interstate
We’ve got the American Jesus
Overwhelming millions everyday, Yeah!

One nation under God (×8)

As críticas ſão válidas para muitos eſtadunidenſes, e injuſtas para muitos outros.

Eu prefiro pregar o certo e criticar os de dentro, antes que os de fora. Eſtá muito fácil criticar os EUA em tempos de Buſh, e muito fácil perder a perſpectiva não vendo os erros dos outros — incluſive os noßos — que incluſive ajudam a propiciar os deles.

E olha que o pragmatiſmo eſtadunidenſe eſtá deſtruindo minha profißão, a Adminiſtração de Dados. Não ſem a colaboração da omißão européia, da cupidez oriental, e da ignorância braſileira — aliás, terceiromundiſta.

Rubem Alves, a praga

Mais um artigo enviado pelo amigo Bachega, preciſando duma análiſe.

A Praga

Alves, Rubem

Triſte… para fazer um argumento (válido) contra a infalibilidade papal, ele ataca o caſamento. E também triſtemente, eße tipo de argumento ſutil e deſtrutivo é típico do Rubem Alves, e é típico da Folha publicar eßas coiſas baixas.

É bom atentar para o que o papa diz. Porta-voz de Deus na Terra, ele só pensa pensamentos divinos. Nós, homens tolos, gastamos o tempo pensando sobre coisas sem importância tais como o efeito estufa e a possibilidade do fim do mundo. O papa vai direto ao que é essencial: o segundo casamento é uma praga!

Olha que ridículo. Que poßibilidade de fim do mundo? Hoje ſó há duas: a Segunda Vinda ou a guerra nuclear.

E quem diße que recaſamentos fora dos parâmetros bíblicos não ſão piores que o efeito eſtufa? Eſte tem ſido exagerado a ponto de arrancar exortações por parte de cientiſtas que crêem que tem-ſe deſacreditado a ciência para conſeguir verbas aßuſtando o povo.

Aliás, o papa não vai direto ao que é eßencial: ſua afirmação eſtá contida em Sacramentum Caritatis, uma Exortação Apoſtólica Pós-Sinodal Ao Epiſcopado, Ao Clero, Às Peßoas Conſagradas e Aos Fiéis Leigos Sobre a Eucariſtia, Fonte e Ápice da Vida e da Mißão da Igreja; ou ſeja, é algo que não intereßa nem ao Rubem Alves nem àqueles que penſam como ele, os quais ou não fazem parte da igreja romaniſta, ou o fazem hipocritamente.

Está certo. O casamento não pertence à ordem abençoada do paraíso. No paraíso não havia casamento. Na Bíblia não há indicação de que as relações amorosas entre Adão e Eva tenham sido precedidas pelo cerimonial a que hoje se dá o nome de casamento: o Criador, celebrante, Adão e Eva nus, de pé, diante de uma assembléia de animais, tudo terminando com as palavras sacramentais: E eu, Jeová, vos declaro marido e mulher. Aquilo que eu ajuntei os homens não podem separar…

Ele confunde cerimônia com fato. Eſquece que caſamento e acaſalamento deviam ſer a meſma coiſa, e o eram antes da Queda.

Os casamentos, o primeiro, o segundo, o terceiro, pertencem à ordem maldita, caída, praguejada, pós-paraíso. Nessa ordem não se pode confiar no amor. Por isso se inventou o casamento, esse contrato de prestação de serviços entre marido e mulher, testemunhado por padrinhos, cuja função é, no caso de algum dos cônjuges não cumprir o contrato, obrigá-lo a cumpri-lo.

Foi um padre que me ensinou isso. Ele celebrava o casamento. E foi isso que ele disse aos noivos: O que vos une não é o amor. O que vos une é o contrato. Aprendi então que o casamento não é uma celebração do amor. É o estabelecimento de direitos e deveres. Até as relações sexuais são obrigações a ser cumpridas.

E qual o problema com ißo?

É bem próprio do hedoniſmo moderno crer que a obrigação não pode ſer prazeiroſa. O que, em última inſtânica, remete à própria Queda.

Na verdade, a obrigação dá condições para a ſobrevivência e deſenvolvimento do amor. Sem a obrigação permanente, irreverſível, o amor é deſtruído face às dificuldades do dia-a-dia.

Agora imaginem um homem e uma mulher que muito se amam: são ternos, amigos, fazem amor, geram filhos. Mas, segundo a igreja, estão em estado de pecado: falta ao relacionamento o selo eclesiástico legitimador. Ele, divorciado da antiga esposa, não pode se casar de novo porque a igreja proíbe a praga do segundo casamento. Aí os dois, já no fim da vida, são obrigados a se separar para participar da eucaristia: cada um para um lado, adeus aos gestos de ternura… Agora está tudo nos conformes. Porque Deus não enxerga o amor. Ele só vê o selo eclesial.

Obviamente Alves, muito eſperto, varre para debaixo do tapete o pequeno detalhe do adultério…

O papa está certo. O segundo casamento é uma praga. Eu, como já disse, acho que todos são uma praga, por não ser da ordem paradisíaca, mas da maldição. O símbolo dessa maldição está na palavra ‘conjugal’: do latim ‘com’, junto e ‘jugus’, canga. Canga, aquela peça pesada de madeira que une dois bois. Eles não querem estar juntos. Mas a canga os obriga, sob pena do ferrão…

O fato etimológico é intereßante. A aplicação, errônea. O argumento, deſoneſto. Mas o que eſperar dum aliciador de jovens ſeminariſtas à ſodomia?

Por que o segundo casamento é uma praga? Porque, para havê-lo, é preciso que o primeiro seja anulado pelo divórcio. Mas, se a igreja admitir a anulação do primeiro casamento, terá de admitir também que o sacramento que o realizou não é aquilo que ela afirma ser: um ato realizado pelo próprio Deus. Permitir o divórcio equivale a dizer: o sacramento é uma balela.

Até Roma permite a anulação, e não é tão rara quanto ſe crê. O atual papa acaba de pedir a criação de mais tribunais ecleſiáſticos para aviá-los, meſmo que a avalanche de anulações válidas em ſi já ſeja um péßimo ſintoma; é, no mínimo, honeſto. E na Bíblia há divórcios permitidos. Mais um argumento inválido.

Donde, a igreja é uma balela… Com o divórcio ela seria rebaixada do seu lugar infalível e passaria a ser apenas uma instituição falível entre outras. A igreja não admite o divórcio não é por amor à família. É para manter-se divina…

A igreja, sábia, tratou de livrar seus funcionários da maldição do amor. Proibiu-os de se casarem. Livres da maldição do casamento, os sacerdotes têm a suprema felicidade de noites de solidão, sem conversas, sem abraços e nem beijos. Estão livres da praga…

É tudo o que ſe ſalva deße texto.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Bíblias livres em Português

No projeto Sword da Sociedade Bíblica Croßwire, preciſamos de Bíblias em Português. No momento, o único texto já digitalizado é o traduzido por João Ferreira de Almeida, edição Revista e Corrigida de 1.911. Preciſávamos dum texto melhor, provavelmente a Tradução Brazileira de 1.917. A idéia é obter um digitalizador de livros como um Plustek OptiBook ou um Atiz BookDrive DIY — o problema é importá-lo — ou encontrar um já no Braſil. Sugeſtões?