sexta-feira, 30 de maio de 2008

Livros à Venda

Tenho mais alguns livros à venda na Eſtante Virtual.

Desta vez, é The General Theory of Employment, Interest and Money, de John Maynard Keynes, em capa dura, por R$44.

Quero limpar um pouco a casa, e tenho alguns livros du~ e até triplicados.

sábado, 24 de maio de 2008

Yahoo! e PostgreSQL escalável

Esta é de se fazer pensar. Apesar da esperança que japoneses estejam fazendo algo sobre escalabilidade horizontal com o PostgreSQL, quem chega lá primeiro? O Yahoo!. O Yahoo! não publicou código, mas o simples fato de ter divulgado já ajuda outras iniciativas, e dá a esperança de que o código seja publicado.

Mesmo que o PostgreSQL estivesse sob esquerdo de cópia, essa situação de ter algo tão perto, tão longe, seria inevitável: nem o Yahoo! publica sua versão de PostgreSQL, nem o Google publica seu BigTables. A GNU GPL não obriga publicar código de uso interno, e nem pode: restringir uso interno, que não implique em redistribuição, seria transformar um programa de livre em proprietário.

Mas o mais interessante aqui não é o aspecto de licenciamento, é a perspectiva de bases de dados livres muito mais escaláveis que as atuais. O custo aparentemente é baixo, com menos de mil servidores para 2 PB. Um funcionário da Microsoft diz que é um sistema semelhante ao IBM DB2 Database Partitioning Feature, no qual trabalhou ainda sob o nome de Parallel Edition, antes de ir para o lado negro da Força, mas o fato de haver uma patente na jogada sugere que pode ser que a Yahoo! tenha de fato comprado uma jóia — este é um desenvolvimento duma tecnologia comprada com uma empresa chamada Mahat Technologies, da qual não há traços na Teia fora os relacionados a este anúncio, ao menos segundo o Google; e o que o Google não sabe, não existe!

Já há rumores de que a Yahoo! vai colaborar com a comunidade PostgreSQL, o que é reforçado por seu patrocínio à Conferência Mundial de PostgreSQL. A Hitachi e a EnterpriseDB também têm idéias semelhantes, então mesmo que a Yahoo! esteja com a melhor tecnologia e sua patente não permita que ninguém mais faça algo tão bom, ainda assim certamente deve haver grandes melhorias nessa área. O GridSQL já é um projeto livre, e dizem que a Hitachi vai liberar código também, veremos. A NTT Data, outra empresa japonesa, já está devendo o sistema de envio de registros; talvez as coisas no Japão venham devagar, enquanto eles limpam todo o código de quaisquer problemas que os pudessem envergonhar…

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ingres Relacional

Mais uma notícia interessante de tentativas de implementar plenamente o modelo relacional em sistemas de produção. Hugh Darwen nos diz que

O Projeto D do Ingres busca adicionar ao servidor de bases de dados Ingres suporte à linguagem Tutorial D. […]

O Projeto D possibilitará desenvolvimento de bases de dados usando um ambiente de desenvolvimento completamente conforme à especificação D, consistindo do servidor de bases de dados Ingres e um superconjunto da linguagem Tutorial D, incluindo ferramentas de suporte. […] Vai fornecer um SGBD robusto que, no final das contas, implementará tudo do Terceiro Manifesto, dados temporais e do Modelo Relacional

  • Imposição de restrições complexas de integridade de dados afetando muito pouco o desempenho da maior parte das restrições.
  • Variáveis de relação virtuais, visões materializadas.
  • Otimização semântica de expressões relacionais.
  • Atribuição múltipla simultânea eficiente.
  • Otimização de bases de dados temporais.
  • Especialização por restrição.
  • Atualizações irrestritas a variáveis de relação virtuais, quando possível.
  • Estruturas físicas de armazenamento auto-organizadas (SGBD autônomo).

Como vêem, são objetivos ambiciosos, e que certamente demorarão para amadurecer. Atualmente, o Alphora Dataphor é uma aposta muito mais segura, embora ainda careça de portes para plataformas livres, especificamente Mono e PostgreSQL. Entretanto, o Dataphor ainda é um sistema virtual, enquanto o Projeto D do Ingres, se for bem-sucedido, será um sistema integrado e já nascerá portável, aparentemente.

Resta ver se conseguirão evitar duas decisões que a Alphora viu-se constrangida a tomar: adotar os NULLs do SQL e abandonar a especialização por restrição. E, principalmente, quando chegarão os primeiros frutos.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

‘O Segredo’ ſem ſegredo

Duma reportagem por Pablo Nogueira, na Galileu de julho de 2.007 AD, da Editora Globo:

O aspecto material das ambições dos adeptos não é o fator mais curioso no sucesso de "O Segredo", mas sim o fato de a obra não oferecer nada de realmente secreto. Ou mesmo de novo. "É o tradicional discurso sobre as virtudes do otimismo e do pensamento positivo e da auto-estima tantas vezes repisado", diz a antropóloga Carla Martelli, professora da Unesp e estudiosa da literatura de auto-ajuda. Segundo ela, essas idéias já eram veiculadas nos primeiros tempos do movimento, por volta do final do século XIX e começo do XX.

Dar roupagem contemporânea a coisas antigas é mais uma das grandes sacadas de Rhonda e colaboradores. Esse é o ponto em que a ciência assume o posto outrora ocupado pela religião. Em vez de fazer o leitor abrir o baú da fé, a autora opta pelo conhecimento, ou pelo menos um verniz que banhe as chaves para o sucesso e a felicidade com argumentos menos esotéricos.

Para tanto, a autora começa "O Segredo" afirmando que o Universo é regido por leis. Entre elas uma que ela chama de lei da atração, que estipula que cada um de nós atraia para sua vida aquilo que tem na mente. "Tudo o que entra na sua vida é você quem atrai, por meio das imagens mentais", escreve no livro o palestrante norte-americano Bob Proctor, um dos mais destacados participantes do projeto. Byrne aprofunda a idéia: "Cada um contém uma força magnética dentro de si mais poderosa do que qualquer coisa neste mundo emitida por seus pensamentos". Para ambos, nem é preciso acreditar na lei para que ela entre em ação. "A lei da atração é uma lei da natureza e tão imparcial e impessoal quanto a lei da gravidade. É precisa, exata", afirma Byrne.

O filósofo Osvaldo Pessoa Júnior, professor da USP e especialista em interpretações filosóficas da física quântica, diz que a lei da atração é um exemplo do que em filosofia se chama de naturalismo animista. Essa visão filosófica existe desde muito antes da ciência moderna. Na Antiguidade, era defendida na Grécia por pensadores como Pitágoras e os filósofos estóicos. É uma corrente que compara o Universo a um organismo vivo e dota a natureza com uma espécie de "alma". Nela estariam as explicações para muitos fenômenos. Por exemplo, os seres e objetos dotados de almas semelhantes atrairiam uns aos outros. Daí a crença grega de que "semelhante atrai semelhante".

terça-feira, 20 de maio de 2008

Leonardo César e os softicidas

Conversa esses dias com o Leonardo César:

Eu: O que é isso?
LC: Isso o quê?
Softcida…
cida = assassinos (?)
E quem são os tais? Maus programadores, gestores, o quê?
Sim, estes mesmos…
Estes últimos, os gestores… certo!
Veja bem, estamos desenvolvendo uma arquitetura bem complexa e distribuída através de webservices (SOAP). Isso envolve alguns bancos e seguradoras e estes normalmente estão utilizando Java ou .Net. O problema é que as ferramentas geram os clientes automaticamente, baseado no WSDL.
Uau! Mas e aí?
E estas ferramentas não são compatíveis com a especificação padrão WSDL e os "programadores" não fazem a mínima questão de ler a especificação e ver que a ferramenta deles não gera o cliente porque fogem do padrão… e daí eu que preciso adequar o WSDL às ferramentas de todos os clientes… por isso odeio softcidas…

Isso me fez lembrar adivinhem o quê? Hybernate!

Pode parecer à primeira vista não ter nada a ver. Mas tem: alguém faz ferramentas de qualquer jeito, sem levar em conta os conceitos e padrões fundamentais, tornando-se um softcida, que vai gerar muito mais problemas do que aparentemente resolve.

Usar Hybernate é cometer softcídio, porque os resultados são terríveis assim que se precisa escalar, e geralmente muito antes, por causa da inconsistência de dados. Evite Hybernate, previna o softcídio. Aprenda dados e SQL.