domingo, 9 de março de 2008

Administração de Dados: os fundamentos

Gostaria de saber dum bom livro-texto de administração de dados. Faz falta, mesmo já com muitos anos de estrada, e mesmo tendo livros tão bons sobre modelos de dados quanto o do Date. Acontece que a ênfase dos livros costuma ser tecnológica; e mesmo um livro conceitual (e conceituado) como o do Date usa os conceitos como base para aplicações tecnológicas, não conseguindo — afinal, trata-se apenas de um livro-texto, não uma enciclopédia de gestão de dados — se preocupar com o projeto e manutenção dos modelos específicos de dados.

Aliás, também gostaria de ter mais contatos na área, a abrangência de meus interesses acaba prejudicando esse corpo-a-corpo tão necessário no Brasil.

Enfim, farei aqui algumas anotações, na esperança de que alguns colegas vejam e comentem.

Primeira anotação: qual o fundamento mais importante da administração de dados?

Resposta irrefutável, mas que virá como surpresa para os empiricistas: uma teoria de dados.

Muita gente começa até com um bom entendimento dos dados em si no sentido de que conhece a aplicação e os usos que fará de que dados. Mas acaba fracassando na organização desses dados, e criando sistemas que não escalam, que são xingados por usuários e mantenedores, que têm de ser refeitos várias vezes até se tornarem aceitáveis, por faltar uma teoria de dados. Daí também vêm tiros no pé como bases de dados multivaloradas (Pick, Caché), navigacionais (Clipper, BTrieve) e orientadas a objeto (Jasmim, de novo Caché). E coisas mais estranhas ainda, como o ReiserFS (não a implementação atual, mas o objetivo final).

Aqui não é o lugar para justificar o modelo relacional como única teoria de dados válida, nem para criticar os outros. Então meus (eventuais) leitores terão de fazer a tarefa de casa, que consiste em ler —­ de preferência, o Date supracitado — e pensar muito.

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